O que é gestão de produtos?
Gestão de produtos é o ramo de uma empresa que apoia e gerencia todas as atividades relacionadas ao planejamento, desenvolvimento, marketing e lançamento de um produto. Em geral, a responsabilidade pela gestão de produtos fica com o departamento de Produtos, Desenvolvimento de Produtos, ou algum título semelhante.
O papel da gestão de produtos é criar algo de valor para o público-alvo da empresa. A percepção de valor pelo consumidor gera benefícios concretos para a organização, como aumento das receitas e ampliação das margens de lucro.
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3 exemplos de gerenciamentos de produtos
A gestão de produtos é um conjunto complexo de tarefas, mas o processo pode ser separado em duas partes complementares: desenvolvimento de produto e marketing de produto. Para otimizar a receita de vendas, as margens de lucro e a conquista de market share, essas duas partes devem trabalhar em sincronia.
Para entender como fazer isso, veja a seguir três exemplos de gestão de produto:
Conceituar produtos
A ideia aqui é imaginar novas ofertas que podem gerar valor ao público-alvo da empresa. Algumas tarefas importantes dessa etapa são:
- Definir como o produto novo se diferenciará dos produtos já existentes (da empresa e da concorrência);
- Definir pontos de venda: como o produto será divulgado? Quem é o público-alvo específico?
- Realizar entrevistas com clientes e testes com usuários.
Melhorar produtos
Se a empresa pretende atualizar um produto que já oferece, algumas tarefas que podem auxiliar são:
- Usar o feedback de clientes para melhorar funcionalidades ou acrescentar recursos;
- Criar um cronograma de novos recursos e priorizá-los segundo a demanda;
- Definir e acompanhar as métricas de sucesso (indicadores de desempenho que ajudarão a definir se a atualização foi bem recebida pelo público e gerou resultados positivos para a empresa).
Identificar lacunas dos concorrentes
Seus produtos têm alguma vantagem competitiva sobre os concorrentes? Ou ficam atrás da concorrência em algum aspecto? Para resolver essas questões, você deve:
- Realizar pesquisas de mercado;
- Pesquisar como concorrentes lidam com os principais problemas que seus produtos buscam resolver.
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O que faz um gerente de produto?
O objetivo principal de uma pessoa gerente de produto é entregar valor ao cliente. Quando isso é realizado, os clientes comprarão mais daqueles produtos ou serviços, gerando mais receita para a empresa.
Profissionais de gestão de produto têm um papel estratégico na determinação de como esse objetivo será atingido. Via de regra, um gerente de produto tem as seguintes responsabilidades:
- Coordenar as equipes que executam tarefas de gestão de produto, como supervisionar o desenvolvimento das novas criações da empresa e acompanhar o mercado para orientar a concepção de novos produtos e recursos;
- Identificar oportunidades para atualizar os produtos da empresa, com foco nas demandas dos clientes (e de clientes em potencial);
- Trabalhar com os times de desenvolvimento e design para decidir a priorização de novos produtos e recursos;
- Garantir que a empresa oferece o máximo de valor aos clientes de seu segmento, ajudando-a a se destacar dos concorrentes;
- Comunicar-se com os times de Marketing e Sucesso do Cliente para coordenar a comunicação de novos produtos e recursos, além de acompanhar a recepção das criações da empresa por clientes e colher sugestões dos usuários.
Além dessas responsabilidades, gerentes de produto também são comumente encarregados de:
- Pesquisa com clientes;
- Previsões para produtos;
- Estratégia de produtos;
- Precificação;
- Cronogramas e road maps de lançamentos.
Ainda que uma pessoa gerente de produto precise atuar ao longo de todo o ciclo de vida de um produto, o mais frequente é ela foque no desenvolvimento de novos produtos. Afinal, o mercado consumidor evolui constantemente, e a percepção de valor dos clientes também vai se alterando.
Frequentemente, profissionais nesse papel têm uma atuação bem “mão na massa” na hora de promover e melhorar a colaboração entre equipes. Trata-se de uma área de atuação interdisciplinar, focada em criar pontes entre diversas áreas (incluindo desenvolvimento, marketing, atendimento ao cliente, etc.) e coordená-las.
Gerenciamento de produtos e outros conceitos relacionados
Para entender com precisão o que é a gestão de produtos, vale a pena falar também sobre outros conceitos semelhantes.
Gestão de produtos vs. Desenvolvimento de produto
O desenvolvimento de produto é composto pelas seguintes etapas:
- Conceitualização
- Design
- Desenvolvimento
- Marketing
Ao criar um produto, o objetivo é claro: aumentar (ou pelo menos manter) os resultados da empresa satisfazendo constantemente as demandas variadas de seus clientes.
Para isso, é essencial definir um público-alvo e um conjunto de personas (perfis aos quais se pretende vender). Com isso, a empresa consegue definir as características de seus clientes, o que ajuda no marketing e na definição de melhorias aos produtos e serviços oferecidos. Isso, porém, cabe mais à gestão de produtos que ao desenvolvimento de produtos.
O mesmo vale para pesquisas qualitativas e quantitativas com clientes. São tarefas importantes para o desenvolvimento de produto, da concepção ao lançamento. Afinal, na hora de definir uma estratégia de marketing, é necessário saber para quem você deseja vender e como pretende cativar esses clientes.
Gestão de produto vs. Marketing de produto
O Marketing de produto pode ser pensado como a interseção entre Produto, Vendas e Marketing. Em resumo, é o trabalho de comunicar o produto (e seus recursos e benefícios) a todas as outras partes, dentro e fora da empresa.
A principal responsabilidade de um time de Marketing de produto é ter um conhecimento profundo do produto que está sendo divulgado. Por isso, o Marketing e o Desenvolvimento de produto são complementares, e devem ter uma comunicação impecável durante lançamentos de produtos.
Ao menos, o profissional de Marketing de produto deve ser capaz de responder cinco perguntas:
- Como o produto atende às necessidades do público-alvo?
- O que seus clientes acham dos seus outros produtos?
- Como o produto se diferencia das ofertas da concorrência?
- Quais recursos de destaque o produto tem?
- Qual é o principal problema que o produto resolve?
Essas perguntas podem não ter respostas claras ou óbvias. Mas a coordenação entre os times de Produto, Marketing e Vendas deve elucidar todos esses pontos antes do lançamento, facilitando o trabalho da gestão de produto.
Boas práticas e dicas de gerenciamento de produtos
Qualquer profissional responsável pela gestão de produtos deve tomar algumas atitudes específicas que a experiência e mentores podem ajudar a tornar mais claras. Veja a seguir algumas dicas de como se tornar uma pessoa gerente de produtos de sucesso.
Aprenda a separar as pessoas do problema
Em seu trabalho, gerentes de produto precisam se comunicar com profissionais de diversas áreas e, frequentemente, personalidades distintas. É comum que cada profissional sinta que seus interesses são os mais importantes, e defenda-os de maneira apaixonada.
Isso, somado a falhas de comunicação, pode dificultar bastante a negociação com outras áreas, prejudicando os resultados do time. A solução é ter uma atitude gentil com pessoas e rígida com problemas; isso ajuda o time a colaborar melhor e atingir suas metas.
Para isso, é importante ouvir seus colegas com atenção, sem julgar ou culpar, validando suas preocupações e vontades, e levando-as em consideração na hora de propor soluções. Essas habilidades vêm com experiência, mas também podem ser desenvolvidas por meio de workshops.
Ouça sua equipe
Além de ouvir pessoas de outras áreas, o gerente de produtos também precisa estar atento aos feedbacks de sua própria equipe — incluindo os membros menos experientes. Essa atitude não só fará com que o time se sinta representado como também deixa claro que boas ideias podem vir de qualquer parte, o que ajuda a empresa a trabalhar melhor.
Aprenda a negociar
Gerentes de produto precisam ser excelentes negociadores. Imagine, por exemplo, uma situação em que o time de design quer mais tempo para focar na estética do produto antes de lançar, enquanto o time de desenvolvimento pretende começar a mostrar o produto aos clientes para colher dados de uso. Se as duas partes não chegarem a um consenso, toda a empresa pode ser afetada.
Uma possível solução é fazer um brainstorm para gerar ideias criativas que atendam aos dois lados. Assim, todos conseguem negociar uma solução comum que atenda a suas necessidades. Nessa etapa, gerar ideias deve ser prioridade; julgá-las pode ficar para depois.
Isso é só um exemplo: gerentes de produto ainda precisam negociar cronogramas, estratégias e outros contratos relacionados à produção. Nesse sentido, cursos de negociação por princípios podem ser um investimento interessante.
Pessoas nesse cargo que tenham habilidades de negociação terão maior probabilidade de sucesso. Isso porque elas serão capazes de entender mais a fundo os traços de comportamento que são a base da maior parte das negociações. Com isso conseguirão conciliar interesses de diversas partes e resolver impasses de maneira ordenada.
Concentre-se nos detalhes, mas lembre-se do objetivo final
Uma maneira pela qual gerentes de produto podem ajudar seus times é agendando reuniões regulares para acompanhar o andamento dos lançamentos. Isso ajuda a entender a postura de cada equipe e os motivos para essas posturas.
A partir daí, é possível criar soluções que atendem às necessidades de todos. Depois, basta decompor essas soluções em atividades menores, razoáveis e de execução mais simples. Assim, mantendo o objetivo final em vista, é possível criar planos mais diretos e concretos para as equipes.
A diplomacia objetiva faz parte do trabalho
Gerentes de produto experientes em conciliar interesses de diversos grupos podem usar critérios objetivos para escolher uma posição inicial que pareça justa a todos os envolvidos. Esses critérios podem apaziguar conflitos, já que se colocam como uma diretriz central com a qual todos os times concordam.
Essa postura também ajuda a garantir que os objetivos estejam claros para toda a empresa. No entanto, também é importante ser flexível e estar aberto a alterar as metas conforme novos aprendizados surgirem.