A dependência de recursos tecnológicos é um grande desafio para as empresas quando se trata de conseguir promover a transformação digital. Nasce então a necessidade de capacitar indivíduos, mesmo que sem conhecimento técnico, a transformarem suas operações de maneira fácil e ágil. Neste contexto, a automação de processos tem demonstrado um imenso impacto na facilitação da transformação digital em empresas.
O principal fator para esse impacto é que a automação de processos permite que times de negócios não precisem enfrentar o grande backlog de TI para implementar melhorias em seus processos. A automação chega para empoderar colaboradores não-técnicos, enquanto mantém a governança e controle nas mãos do time de TI.
Processos de cauda longa e a sobrecarga da TI
Tenho visto que a transformação digital hoje está restrita a um número pequeno de processos – os que o time de TI consegue atender e apoiar. Nesse cenário, entra um problema com o que chamamos de cauda longa: aqueles processos de menor complexidade, mas de alta volumetria. Eles acontecem com muita frequência e não têm o suporte necessário porque os recursos de TI estão voltados para processos considerados mais complexos (ou que tenham impacto direto na receita).
A realidade que acontece então é que os processos de cauda longa acabam rodando em planilhas, por email, ou no boca a boca. Os colaboradores querem resolver e otimizar esses processos, mas não conseguem devido ao tamanho da fila de TI.
Ou seja, noto uma crescente necessidade para dar suporte e estimular a eficiência operacional nesses processos, até para reduzir custos e aumentar a margem. As plataformas de automação de processos (BPA) no-code (que dispensa conhecimento de programação) chegam como um meio habilitador para que isso aconteça.
As vantagens do no-code na prática
Uma das principais vantagens da tecnologia no-code é resolver o gargalo entre o time de TI e os times de negócios. O fato de reduzir a necessidade de programação para customizar ou montar um fluxo de trabalho traz muita agilidade aos negócios. Assim, a automação no-code democratiza a transformação de processos e possibilita a contenção de gastos.
Recentemente, em uma conversa com um líder de TI de uma empresa cliente do Pipefy, ouvi que “antes eu precisava de um desenvolvedor sênior para dar sustentação aos meus processos, mas agora, com o Pipefy, consigo fazer isso com um analista de help desk que custa 60% menos”.
Uma pesquisa atual com líderes de TI e executivos C-Level revelou que 56.9% deles consideram maior agilidade para os negócios e redução de custos como os principais benefícios da adoção da automação de processos. Mas não é só isso.
Citizen developers e o empoderamento das áreas de negócios
As plataformas de automação de processos no-code empoderam as áreas de negócios ao criarem os citizen developers: colaboradores não-técnicos capazes de criar, otimizar e manter workflows.
Usando o BPA do Pipefy, uma grande empresa de telecomunicações no Brasil teve 85% dos seus fluxos de trabalho criados por desenvolvedores não-técnicos (citizen developers), e 90% desses fluxos passaram por atualizações nos últimos 6 meses.
Muito é falado sobre o custo de implementação, mas é importante lembrar do custo de manutenção também, que às vezes fica oculto. Então está claro como esse empoderamento é um impacto muito positivo da automação de processos – falei sobre esse assunto recentemente no podcast The Automation Impact.
Como manter a governança de TI
Lideranças de TI podem questionar se esse empoderamento e criação de workflows por colaboradores comuns não pode introduzir um problema nas operações: a falta de governança da TI. Mas como empoderar as áreas de negócio enquanto garante que elas sigam os requisitos de segurança e manter a governança de TI?
A solução é simples. Ao contratar e implementar um software de automação de processos, é necessário incluir o tópico de segurança na conversa desde o começo. Também é fundamental optar por uma plataforma que preze pelo controle da TI e pela visibilidade total da operação. Isso previne problemas como o shadow IT.
É importante lembrar também que a automação é uma jornada e deve ser feita de forma estratégica. Investir pouco tempo ou planejamento nisso pode levar a problemas caros no futuro. É muito mais complexo modernizar uma iniciativa mal executada do que fazer tudo certo na primeira vez. Se atente para não cometer esse erro na automação de processos.
A transformação digital precisa ser sustentável. Digitalizar só por digitalizar traz grandes riscos e isso pode fugir do controle. Então, encontrar um equilíbrio entre velocidade e qualidade é crucial.
Use a automação de processos com confiança
Um bom plano para aplicar a automação de processos com confiança e aproveitar seu impacto nas operações é abordar a iniciativa como uma estratégia abrangente e de longo prazo, com objetivos bem definidos.
É importante também contar com uma solução que permita integrações com sistemas que você já usa, além de disponibilizar templates de processos prontos, e que seja fácil de usar enquanto mantém a governança de TI, é claro.