Assim como diversos setores , o RH passou por uma revolução nos últimos anos, trazendo com mais força discussões sobre o RH do futuro que tantos especialistas e empresas falam.
Se o departamento de Recursos Humanos até pouco tempo atrás era visto como uma área que “lida com mão de obra”, hoje o setor é visto como encarregado de “pessoas e cultura”. É o que diz o estudo da Sage sobre como será o RH em 2024.
É impossível deixar de lado também a transformação tecnológica, que tornou o setor naturalmente mais estratégico para os negócios. O foco em impactar a experiência do colaborador e mantê-lo produtivo e satisfeito trouxe resultados tanto do ponto de vista de inovação quanto financeiro.
Neste artigo, vamos falar sobre o RH de antes e depois, e as principais tendências para os próximos anos. Algumas dessas tendências já estão em fase de implementação, mas ainda não estão completamente estabelecidas.
A evolução do RH: como a tecnologia tem impactado a área?
Não é segredo para ninguém que a Transformação Digital modificou globalmente a forma como equipes competitivas trabalham. Essa mudança não passou despercebida dentro do RH.
O uso da tecnologia na área de Recursos Humanos passou por diversas fases. Entenda cada uma delas:
- O contexto histórico antes dos anos 90 era de conquistas trabalhistas básicas que conhecemos hoje, mas que na época foram muito importantes para os trabalhadores.
- Por conta disso, no RH 1.0 e 2.0, o setor majoritariamente funcionava de forma manual, pois a necessidade era voltada apenas para resolver questões documentais dos colaboradores.
- A tecnologia avançou no RH 3.0, em uma visão profissional dos anos de 1990 e anos 2000. Com o advento da internet, o uso de computadores e equipamentos eletrônicos se tornou praticamente obrigatório e a modernização foi iminente.
- No RH 4.0, o uso da tecnologia foi além do operacional e passou a ser estratégico. É nesta época, após 2010, que o RH passa a sincronizar estratégia de negócio da empresa, tecnologia e gestão de pessoas.
Desde então o setor passou a ser visto como um ativo importante da empresa, fazendo parte de tomadas de decisão do negócio e no desenvolvimento de talentos que trazem inovações e resultados.
Dessa forma, um RH antenado com as mudanças e tendências sairá na frente para o RH 5.0 – focado no uso de tecnologias de ponta para melhorar a experiência dos colaboradores – que é um futuro não tão distante assim.
Tendências tecnológicas que moldam o futuro do RH
É impossível falar de tendência sem falar da evolução do mercado de tecnologia. Softwares são criados todos os anos para sanar dores e problemas que as empresas enfrentam, assim como tecnologias novas e potencialmente revolucionárias, como a Inteligência Artificial (IA).
Neste cenário, não poderíamos deixar de listar em detalhes algumas tendências que já estão em voga e outras que vão ter seu crescimento em pouco tempo. A transformação digital é uma realidade em todos os setores de uma empresa e o RH não ficou para trás.
A automação dos processos de RH
Diversas áreas já tiveram sua rotina transformada pela automação de processos: Vendas, que é um setor metrificado de ponta a ponta com uso de ferramentas; Logística, por indicadores que mantêm a organização de processos complexos; Financeiro, que precisa ter um controle meticuloso de caixa e das tarefas que envolvem dinheiro.
Nesse cenário, o RH nos últimos anos passou pela mesma transformação digital, saindo do manual e digitalizando toda a rotina.
Os processos burocráticos, como admissão, férias, contratos, reembolsos, notas fiscais e tantos outros documentos, passam agora por modernas ferramentas que facilitam a execução e o fluxo de comunicação entre responsáveis, além da capacidade de produzir relatórios detalhados em tempo real.
Sendo assim, automatização de processos continua sendo uma tendência no RH e que deve ser implementada para ontem, afinal, é o primeiro passo para tornar o RH estratégico e melhorar sua performance em qualquer organização.
Data-driven HR: setor orientado a dados para gerenciar talentos
Com a popularização da automação de processos de RH, é natural que o setor passe a ser cada dia mais data-driven – em outras palavras, guiar suas ações pela análise de dados. Com dados em mãos, os profissionais passam a ter poderes de metrificação dos indicadores de RH, criando relatórios completos.
E como isso afeta o gerenciamento de talentos?
A análise de dados quando feita corretamente e calcada no People Analytics, é uma ferramenta poderosa para entender o ambiente de trabalho, o que está funcionando, o que está ruim, além de levantar informações sobre diversidade, cultura organizacional e avaliações de desempenho.
É ter embasamento o bastante para analisar eNPS, taxa de turnover e produtividade das equipes, e assim criar e alinhar soluções e ações de melhoria, como novos recrutamentos, promoções, plano de carreira, mudança de benefícios, entre outros.
Inteligência artificial e o recrutamento 4.0
A IA, Inteligência Artificial, já é realidade em todos os sentidos,e muitas empresas já a utilizam no dia a dia. Para o RH, seu uso traz novas possibilidades, seja facilitando o nível de comunicação interna ou em processos que envolvem várias áreas da empresa, como o onboarding de colaboradores.
No recrutamento, a IA está presente na filtragem de currículos e perfis ideais, que são configuradas de acordo com as necessidades do R&S. Isso agiliza e torna o processo mais preciso, por exemplo.
Dentro do RH, a IA não está apenas associada à R&S, mas também à automação de processos, como citamos em tópicos anteriores. Quando aliada a um software no-code, a IA pretende facilitar ainda mais a criação e otimização constante de processos, afetando diferentes áreas da empresa e o próprio RH.
Uso de software para integrar o RH com outras áreas
Já falamos da necessidade de automatizar, analisar dados e utilizar a tecnologia do momento para ajudar a inovar o RH. Mas nada disso é possível sem a integração do RH com o negócio como um todo.
Um RH afastado de outros setores significa um RH ausente, sem poder de decisão, sem conseguir atender às demandas dos departamentos e cumprir a estratégia de negócio. Essa desconexão pode ser resolvida com um software capaz de automatizar e integrar workflows de diferentes times, permitindo também que esses fluxos se conectem a outras ferramentas tecnológicas já utilizadas.
Imagine que integrar o RH com outros departamentos via software traz ainda eficiência. Uma empresa onde cada equipe utiliza uma ferramenta diferente para automatizar processos e processar solicitações costuma sofrer com gargalos e dados fragmentados – perdendo a oportunidade de melhorar a qualidade dos processos e sua performance.
Nesse sentido, a grande tendência de negócios para sanar esse gap entre processos de RH e processos de outras equipes – além de processar solicitações com mais visibilidade e em menos tempo – é a adoção de um software no-code.
Esse tipo de tecnologia permite que qualquer profissional, inclusive os de RH, consiga montar e otimizar seus próprios processos, sem precisar de código.
Isso facilita o uso, agiliza a implementação e traz resultados mais rápidos, aumentando a conexão do RH com o restante da empresa. Ao mesmo tempo, dá autonomia para o departamento, reduzindo a necessidade de criar pedidos para que o TI desenvolva automações ou modifique workflows a todo momento.
Choque entre gerações: o futuro do trabalho
A diferença nos quesitos estilo de vida e comportamentos entre as gerações Z, Millennials ou Geração X impacta diretamente no mercado de trabalho, que precisará se adequar a novas demandas e temas específicos dos dias atuais.
Segundo pesquisa da consultoria de negócios McKinsey & Company, enfrentar a pandemia de COVID-19 afetou drasticamente a saúde mental das pessoas que nasceram entre 1995 e 2003, inseridos na chamada Geração Z.
Tal realidade tornou esse grupo de pessoas mais preocupado com assuntos como ansiedade, burnout e depressão. Uma em cada quatro respondentes da pesquisa reportaram altos níveis de estresse, quase o dobro reportado pela geração X e Millennials.
As preocupações entre a geração Z e Millenials são similares em diversos assuntos quando se trata de carreira e trabalho.No entanto, de acordo com estudo da Deloitte, a Geração Z se sente mais ansiosa no trabalho que os Millenials (46% contra 39%) . Os motivos mais listados por esses jovens como causas para esse problema são: :
- Equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
- Incerteza econômica atrapalha decisões profissionais;
- O impacto social das organizações ainda é insuficiente;
- Níveis de estresse;
- Assédio no trabalho.
Estes são alguns exemplos de como as visões entre gerações afetarão o mercado de trabalho futuramente. Empresas e o RH, por exemplo, terão de se adequar à conscientização sobre temas sensíveis, e também criar um ambiente mais propício para motivação e engajamento, evitando o aumento do estresse.
Employee Experience como foco para diminuir turnover
Uma das grandes responsabilidades do RH atualmente é fazer parte da jornada do colaborador, engajando-o com a cultura da empresa e com os objetivos do negócio. Do lado dos novos talentos, a necessidade de querem se sentir mais pertencentes e terem trabalhos menos estressantes e com expectativa de crescimento.
Atualmente, a remuneração fixa não é o único fator que determina a permanência de um colaborador. Dessa forma, ações de employee experience são fundamentais para evitar turnover. Alguns exemplos elementos que influenciam na jornada profissional, além do salário:
- Onboarding estruturado para chegada de novos talentos;
- Endomarketing em dia;
- Engajamento de funcionários, para mantê-los atentos a assuntos pertinentes, como campanhas de conscientização e ambiente positivo de trabalho;
- Ações de gamificação para desenvolvimento de talentos: ganhar pontos por dividir feedbacks, que podem ser trocados por eletrônicos, por exemplo;
- Comitês de diversidade e estruturas de compliance;
- Benefícios diferenciados: custeio de terapia, auxílio-creche, parceria com academias etc.
Saúde e bem-estar dos funcionários
Os níveis de estresse no trabalho nunca foram tão altos como nos últimos anos. Além do estudo que citamos anteriormente, uma pesquisa da Capita feita em 2019, mostra que 79% dos trabalhadores passaram por estresse durante o ano e quase metade (47%) admitiu que é normal se sentir estressado no trabalho.
Minimizar ou evitar totalmente o burnout deve ser prioridade nas empresas e, por conta disso, é uma tendência do RH desde agora e para os próximos anos.
Flexibilização do trabalho como novo normal
Após 2020 houve a aceleração de novos formatos de trabalho, principalmente pela necessidade de as pessoas ficarem em casa protegidas por causa da pandemia. São eles os famosos formatos híbrido e remoto.
Mesmo com o fim do maior risco da Covid, a cultura de manter os dois formatos permaneceu em diversas empresas. A pesquisa da Deloitte já citada neste artigo também mostra que três quartos dos colaboradores atualmente preferem estes formatos ao trabalho presencial.
A flexibilidade de jornadas é uma prioridade grande para a maioria dos colaboradores, que podem até considerar a procura por um novo emprego caso a organização opte por voltar ao presencial em tempo integral.
Para o RH, as ações de cultura organizacional que remetem a métodos tradicionais de trabalho podem não solucionar mais certos problemas, tais como alta do turnover e insatisfação. A realidade é que um formato híbrido de trabalho aumenta a produtividade em 3% ou 4%, em média, de acordo com Nicholas Bloom, professor de economia da Universidade de Stanford.
Trabalho colaborativo e a participação do RH no processo
Um ambiente criativo, produtivo e motivador de trabalho não é simples de construir e requer bastante atenção do RH. Levando em conta as diferentes demandas entre gerações e o momento atual da área de Recursos Humanos, a colaboração é um dos itens que mais se destaca.
Aquele ambiente ultracompetitivo é contraproducente nos dias atuais. Novos talentos querem ser desafiados, mas não em uma realidade em que profissionais mantenham um clima de rivalidade tóxica.
Um ambiente colaborativo estimula o engajamento das equipes, o que traz mais produtividade. A dica aqui é: facilite o engajamento incentivando equipes a serem colaborativas, solícitas e comunicativas.
O que vai moldar as tendências do RH do futuro?
Essa resposta não é tão simples. Tecnologias como a Inteligência Artificial e a Natural Language Processing (NLP), que é uma subárea da Inteligência Artificial, estão em crescimento, mas ainda em constantes aperfeiçoamentos.
São tendências que não estão totalmente estabelecidas, mas todos estão com os olhos voltados para essas ferramentas. Então podemos considerar que sim, estão moldando dia a dia o mercado como um todo.
No entanto, concretamente, o que de fato molda e continuará moldando o RH do futuro é o chamado People Analytics. A necessidade de tornar a área orientada a dados já é realidade, pois é uma forma de entender tanto tendências presentes entre os colaboradores, focando em seu bem-estar, quanto o lado financeiro, olhando a estratégia do negócio.
Com o People Analytics o RH tem capacidade de criar projetos robustos, como planos de cargos e salários justos, carteira de benefícios competitivos e até aprimorar a avaliação de desempenho dos colaboradores e lideranças.
Do ponto de vista financeiro, o People Analytics possibilita evitar erros trabalhistas, como a falta de contratação de Jovens Aprendizes, Estagiários e Pessoas com Deficiência (PCDs) – Assim como diferenças salariais que também podem trazer passivos trabalhistas pesados.
Habilidades do futuro para profissionais de RH
Para se preparar para as novas tendências e encarar os desafios que virão, os profissionais de RH devem pensar em adquirir ou aprimorar algumas habilidades. Serão hard skills e soft skills que farão toda a diferença daqui para frente.
Entre as hard skills, foque em cursos e aprendizados que te permitirão:
- Ter visão estratégica: o RH é um setor estratégico hoje, é preciso que o setor esteja cada vez mais perto do negócio
- Analisar dados (Excel, Data studio, Looker ou Power BI serão de grande ajuda)
- Fazer uso de ferramentas de RH (recrutamento, admissão, onboarding, férias, reuniões 1:1, PDI etc)
- Aprimorar a gestão de RH: desenvolvimento de talentos, gestão da liderança, engajamento dos funcionários
Quando falamos de soft skills, alguns comportamentos são facilitadores na hora de trabalhar com gestão de pessoas, entre eles:
- Boa comunicação;
- Atitude colaborativa;
- Transmitir empatia;
- Ser aberto à diversidade.
Diversidade e inclusão: construindo equipes do futuro
Não é segredo que quanto mais diversa for uma equipe, mais resultados ela traz. Segundo a publicação Promoting Diversity and Inclusion Through Workplace Adjustments da Organização Internacional do Trabalho (IOT), os principais argumentos em favor da diversidade dentro das empresas inclui:
- Quando as pessoas na empresa são diferentes umas das outras e se sentem à vontade para expressar suas opiniões, muitas ideias inovadoras surgem. Isso ajuda a empresa a pensar em soluções criativas para seus problemas.
- Se a equipe tem habilidades diferentes, como falar vários idiomas ou entender diferentes culturas, a empresa consegue oferecer um atendimento melhor para os clientes.
- Empresas que respeitam a diversidade atraem clientes de várias origens, o que aumenta sua participação no mercado, vendendo mais.
- Quando a empresa valoriza a diversidade e cria um ambiente de trabalho inclusivo, os funcionários de origens diferentes se sentem mais pertencentes e leais à empresa. Isso reduz os custos de contratar e treinar novos funcionários e retém o conhecimento dentro da empresa.
Falar em diversidade e inclusão é fundamental para promover crescimento em todos os setores da empresa, mas ainda há um déficit mundialmente falando.
De acordo com o estudo global Transforming enterprises through diversity and inclusion da IOT, apenas 29% dos entrevistados fazem parte de alguma minoria étnica, de raça ou religião, 17% fazem parte da comunidade LGBTQIAP+ e apenas 9% são Pessoas com Deficiência (PCDs).
Apesar dos números baixos, o estudo mostra diversos casos de sucesso que as equipes do futuro são diversas, seja em etnia, orientação sexual, gênero, raça ou deficiência. A IOT trouxe alguns exemplos de empresas como Apple, BASF e Mondelez Internacional Inc.
Prepare-se para o Futuro do RH
É perceptível a necessidade do RH em se reinventar e aplicar melhorias e inovações todos os dias. A transformação digital veio para ficar, e fará parte da rotina do RH de empresas que precisam se manter competitivas e com seus colaboradores engajados em torno das estratégias de negócio.
Um software de automação de processos como o Pipefy é ideal para gerir pedidos ao RH, por conta da fácil implementação (é possível criar processos inteiros em poucos minutos) e da simplicidade do uso: sem código, qualquer colaborador da equipe de RH consegue customizar workflows, criando automações, formulários para coletar requisições, portais para concentrar esses formulários e muito mais.
De olho no futuro, Pipefy conta ainda com o poder da Inteligência Artificial (Pipefy AI) para acelerar ainda mais na criação de processos, regras de automação e muito mais. Basta pedir ao chat, que ele executa instantaneamente.
A Pipefy AI ainda proporciona insights de alto nível sobre qualquer processo em segundos, com recomendações que podem acabar com gargalos e silos que estejam minando os esforços do time.