RESUMO DO ARTIGO
The tech talent gap is growing, but investing in low-code software can solve the knowledge worker shortage, keep backlogs from piling up, and prepare companies for the future of work.
A carência de talentos em tecnologia está crescendo, mas investir em um software low-code pode resolver a escassez de trabalhadores da área, evitar que pendências se acumulem e preparar as empresas para o futuro do mercado de trabalho
A previsão é que o mercado global de plataformas de desenvolvimento low-code gere uma receita de US$ 187 bilhões até 2030 — com um aumento significativo de US$ 10,3 bilhões só em 2019. Após vários contratempos no setor, como a pandemia de COVID-19 e a chamada Great Resignation (ocorrida nos Estados Unidos, quando muitos profissionais decidiram pedir demissão no retorno ao trabalho presencial), investimentos em soluções low-code e no-code (LCNC) estão em ascensão.
Esses dois acontecimentos vão levar as empresas a se preparar para o regime remoto, acelerando assim a adoção de ferramentas low-code e no-code para priorizar a automação, promover o gerenciamento ágil dos workflows de TI e avançar rumo à transformação digital.
No entanto, ainda há muitas dúvidas sobre o que esse tipo de aplicação realmente é capaz de fazer, e se os benefícios valem os custos associados à sua adoção.
A situação dos departamentos de TI
A consultoria Gartner estima que, até 2025, a dependência de consultores externos aumentará, como resultado da crescente disparidade entre as ambições das empresas e os recursos e capacidade internos. Para atender à demanda, os gastos mundiais com TI devem totalizar US$ 4,5 trilhões em 2022.
Entre a carência de talentos cada vez maior e a necessidade de agilidade organizacional, as empresas precisam fazer o trabalho duro agora para garantir estruturas básicas de governança de TI, organização e rapidez. Com a “volta à normalidade” não sendo mais o objetivo final, essa é o momento de começar os esforços para garantir a transformação digital — necessária para reinventar o futuro do trabalho e definir os parâmetros de sucesso pós-pandemia.
Portanto, se 2020 exigiu capacidade de reação, de 2022 em diante o que será necessário é proatividade.
O que dizem os gestores da área tecnológica
Para que as empresas atravessem os mais recentes desafios, a transformação digital precisará estar na vanguarda — ou elas correm o risco de ficar para trás. Os líderes de tecnologia entrevistados no estudo The Impact of Tech in 2022 and Beyond do IEEE preveem que os maiores desafios terão a ver com talento, tecnologia e gerenciamento da mudança para novos modelos de trabalho.
Os quatro principais desafios a partir de 2022
Muito desafiador | Um tanto quanto desafiador | Só um pouco desafiador | Não desafiador | |
---|---|---|---|---|
Segurança cibernética forte para manter uma força de trabalho em regime híbrido | 40% | 43% | 15% | 2% |
Recrutamento e preenchimento de vagas na área de tecnologia | 34% | 39% | 19% | 8% |
Identificação das tecnologias necessárias para o futuro pós-pandêmico | 29% | 39% | 26% | 6% |
Gerenciamento de softwares e monitoramento de dados necessários para um retorno seguro ao trabalho presencial | 29% | 44% | 22% | 5% |
Como softwares low-code vão abrir caminho para a transformação digital
Soluções low-code e no-code têm se popularizado como alternativas para reduzir o abismo entre os bancos de talentos reduzidos e as necessidades crescentes dos negócios. Mas ainda há muitas dúvidas sobre o que elas realmente podem fazer, e o custo-benefício associado a essas soluções tecnológicas.
Aqui estão quatro maneiras pelas quais os softwares no-code e low-code vão mudar o futuro do trabalho e ajudar as empresas no caminho da transformação digital:
Resolvendo a demanda por profissionais qualificados
À medida que as equipes se direcionam para o futuro do trabalho e vivem a pressão de retomar as atividades presenciais, ou então seguem no remoto, a gestão de TI deve oferecer suporte a uma força de trabalho dupla com recursos limitados. A solução? Encontrar talentos onde eles estiverem disponíveis.
Portanto, com o paradigma do trabalho remoto ganhando força, as empresas globais precisarão de mais organização de fluxos de trabalho e automações para garantir a execução dos processos em equipe. Neste contexto, com as tecnologias no-code e low-code, os times vão estar bem mais equipados para criar, gerenciar e automatizar processos de maneira mais fácil, rápida e segura.
Fortalecendo citizen developers
Executivos de TI veem a escassez de talentos como a maior barreira para a adoção de 64% das tecnologias emergentes, de acordo com uma pesquisa da consultoria Gartner. O desenvolvimento cidadão ou citizen development, alimentado por plataformas no-code e low-code, pode resolver isso.
Tais ferramentas exigem o mínimo de programação para serem mantidas e implementadas, e nada de programação para serem usadas. É por isso que elas representam uma solução mais rápida para equipes que desejam não depender do código sempre que houver um problema. As plataformas low-code e no-code permitem que essas equipes façam mais com menos e democratizem a resolução de problemas.
Ao permitir que citizen developers ou profissionais sem conhecimentos de programação criem e implementem aplicativos e soluções de tecnologia, as equipes de TI podem se concentrar no panorama geral da empresa, em atividades mais estratégicas.
“Você pode eliminar o intermediário ao capacitar profissionais que não são desenvolvedores a criar seus próprios aplicativos”, afirma Carlos Cima, vice-presidente de tecnologia do SoftBank Group International. “Se for fácil para os usuários criarem seus próprios aplicativos de acordo com suas necessidades, isso é uma vantagem para os desenvolvedores [e para o TI]”.
Melhorando a eficiência do TI
Com ferramentas no-code e low-code, os citizen developers podem ajudar os profissionais de TI da seguinte forma:
- Reduzindo os backlogs do TI
- Aumentando a velocidade das inovações
- Reduzindo o uso de ferramentas não-aprovadas pelo TI (o chamado shadow IT)
- Desenvolvendo um inventário rico de aplicativos que seja acessível para todos da empresa, e aumente a colaboração e o compartilhamento de informações.
“Os contadores costumavam fazer lançamentos manuais em papel há 10 anos, e agora o papel do próprio contador mudou radicalmente”, diz Ananth Avva, presidente e COO da Pipefy.
“Mas agora eles estão mais [envolvidos] na tomada de decisões de especialistas e estão fazendo coisas mais complexas. Da mesma forma, eu diria que há coisas que os desenvolvedores provavelmente fazem hoje que não são particularmente valiosas ou consomem muito tempo, e podem ser automatizadas ou enviadas para aplicativos locais ou para citizen developers.”
Resolvendo problemas de segurança e governança
Ferramentas no-code e low-code funcionam melhor quando implementadas com a supervisão do time de TI — não sem ela. Com essa parceria, os riscos de governança, segurança e de shadow IT são reduzidos ao mínimo.
Ao possibilitar a criação de aplicativos por funcionários que não são de TI, como citizen developers ou especialistas em negócios, as plataformas low-code reconstituem a lógica de backend no lugar do time de TI. Esse método de trabalho simplificado permite que profissionais ajudem o TI de maneira segura e repetível.
Por que low-code não é má notícia para o TI
Há uma ideia equivocada sobre a tecnologia no-code/low-code: ela tornará a TI e os desenvolvedores obsoletos ou implicará em riscos de segurança. Naturalmente, isso deixa as equipes de tecnologia desconfiadas. Mas não é o caso.
“Nada é verdadeiramente ‘sem código’; é tudo low-code”, diz Cima. “As ferramentas no-code e low-code não substituirão os desenvolvedores tão cedo, mas podem complementar o trabalho deles.”
Ferramentas no-code/low-code poupam recursos do TI, liberando essas equipes de workflows demorados, ou das tarefas de processos que são melhor tratadas por pessoas que de fato lidam com o trabalho diariamente — sejam eles citizen developers ou especialistas em suas áreas.
Por sua vez, as equipes de TI ganham mais tempo para se concentrar em parcerias estratégicas e resolver problemas “reais”, que afetam os resultados da empresa.
O que o no-code/low-code significa para o futuro do TI
À medida que as funções de TI e desenvolvimento continuam a evoluir e a crescer em complexidade, citizen developers, automações e tecnologias no-code e low-code não só serão mais demandados, mas também necessários para transformações digitais bem-sucedidas. Por esse motivo, é essencial que o time de TI veja essa tecnologia e a parceria com citizen developers como benéficas, não como ameaças.
“Low-code e no-code são tecnologias que veremos muito mais no futuro”, ressalta Cima. “Quanto mais cedo você organizar seus processos, melhor. Então vai meu conselho para aqueles que estão reticentes sobre adotá-las ou não: acho que os desenvolvedores vão apreciar.”